Esta frase me fez refletir: “Não há nada nobre em ser superior ao seu semelhante. A verdadeira nobreza é ser superior ao seu antigo eu.” Ela é atribuída a Ernest Hemingway, um dos escritores mais brilhantes da história. Também encontrei uma fonte no Google dizendo que esse é um antigo princípio hindu. Mas independente da origem da frase, o importante é o seu conteúdo.
Vivemos num mundo medido em números: Salário, seguidores nas redes sociais, cavalos do carro, metros quadrados… O sucesso das pessoas é avaliado por algarismos e cifras. Diga a primeira pessoa bem-sucedida que vem à sua cabeça. Um jogador de futebol que atua na Europa? Um empreendedor bilionário da tecnologia? Um artista internacional? Provavelmente você pensou em algo nessa linha.
Quando “sucesso” é sinônimo de “número”, nada mais natural do que buscar aumentar o seu. E quando você vê alguém com um número maior, lá vem o sofrimento. “A gente se formou junto e ele está ganhando mais dinheiro do que eu, o que fiz de errado?” Esse tipo de pensamento já passou pela cabeça de todo mundo.
Vivemos num mundo dualista que divide as pessoas em “vencedoras” e “perdedoras”. Pense naqueles filmes americanos colegiais. Eles são tolos, mas traduzem bem o meu ponto. Você tem o quarterback do time da escola e o nerd estudioso. Um deles é o “vencedor”. Ele tem muitos amigos, fica com muitas mulheres, bebe muita cerveja, tem muitos músculos no abdômen. Ao outro só resta ser o “perdedor”.
Todo mundo sonha em ser o quarterback. Só que aí temos um conflito. Enquanto houver alguém que faça passes mais precisos do que o nosso, jamais seremos o quarterback — no máximo o reserva dele. Então buscamos, numa jornada sem fim, superar todos os nossos concorrentes e virar o titular, como se isso fosse fazer de nós mais completos e felizes. Exceto que não faz.
Um dos ensinamentos centrais do budismo é que todo mundo está sujeito ao sofrimento. “Ah, mas eu prefiro sofrer viajando de primeira classe no avião, tomando champanhe, do que na minha situação.” Bobeira. Pense em todos as estrelas que já se mataram, seja cometendo suicídio direto ou por meio de bebidas e drogas. A lista é imensa. Dinheiro, fama e juventude não os impediram de sofrer.
E então penso novamente naquela frase: “Não há nada nobre em ser superior ao seu semelhante. A verdadeira nobreza é ser superior ao seu antigo eu.” A busca pela felicidade externa — sendo melhor do que alguém ou acumulando números — sempre vai dar errado.
A verdadeira nobreza é olhar para dentro e tentar ser melhor do que você era ontem. Mas não melhor pensando nos fins — um salário maior, mais seguidores nas redes sociais, a vaga de titular no time — porque isso depende de fatores que não estão em nosso controle. E, sim, melhor pensando nos meios, que são as nossas atitudes e ações. O resto é consequência.
Matérias do El Hombre relacionadas ao assunto que você pode se interessar também:
➤ Inscreva-se no canal do El Hombre no YouTube para vídeos diários de estilo, lifestyle e desenvolvimento pessoal.
Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
Saiba Mais