Na natureza, existem vários casos de seres vivos conhecidos pelo seu apego ao lugar em que vivem. Desde o pequeno caramujo que habita o fundo dos oceanos ao imponente hipopótamo africano, a territorialidade é uma característica comum a várias espécies. A maioria procura conquistar e manter o território pela força, demarcando-o com suas próprias fezes ou urina.
Ao que parece , esse traço característico de comportamento de extrema possessividade também se mostra em muitos seres humanos. É possível que você tenha um parente próximo que estabelece uma fronteira (quase) intransponível em seu quarto, limitando a entrada a pessoas estritamente autorizadas ou ainda coloca seu próprio carro em uma redoma de proteção.
Na empresa a atitude se repete.
Todos temos, pelo menos, um colega que trata a sala em que trabalha, juntamente com móveis, equipamentos e documentos, como se fossem de sua exclusiva propriedade. Presenciei, tempos atrás, uma cena patética: um profissional que teimava em não querer deixar sua sala em meio a uma grande mudança na estrutura física. Após ter lançado, sem sucesso, todo tipo de argumento, ele deu a cartada final: pediu para levar, ao menos, a cadeira para o novo espaço. Foi atendido e saiu empurrando-a pelos corredores da empresa como quem ostenta um troféu.
Pelo lado favorável, poderemos enxergar comprometimento e responsabilidade. Mas, vendo por outro ângulo, descobriremos conservadorismo, resistência às mudanças e pouco profissionalismo.
Devemos ser territoriais até o ponto em que esse comportamento não nos prejudique no trabalho. É certo que temos, sim, que ser cuidadosos com toda a estrutura que a empresa disponibilizou em nossas mãos. Mas criar uma cerca elétrica imaginária em torno dessa estrutura é, no mínimo, uma atitude estranha.
É preciso lembrar a cada dia que nosso compromisso maior é com o cliente (interno e externo), com os processos que executamos e com os resultados e não com salas, mesas, cadeiras, computadores ou utensílios menores.
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