Você é um follow upper?

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Tudo estava acertado. Há cerca de 60 dias você havia fechado negócio com um fornecedor da empresa para que um determinado serviço fosse realizado. A confiança depositada no parceiro e o fato de ter um contrato assinado em mãos lhe fizeram dar uma relaxada e simplesmente aguardar o término do prazo, dedicando-se a outras atividades.

Mas, eis que no dia que o mundo corporativo costuma chamar de deadline, vem a frustração: o serviço não foi realizado. Não há nada para ver. O desgaste para todas as partes é inescapável. Dependendo da empresa, cabeças poderão rolar. Não há dúvidas. O fornecedor mostrou que não está à altura da sua empresa. Mas ele não foi o único a falhar. Em que mundo estava o gestor do contrato?

Por que não acompanhou o que estava previsto para acontecer no prazo de execução do serviço? Contatos por email, telefone ou mesmo visitas in loco, demonstram que a empresa “está de olho”, atenta e interessada em eficiência e eficácia. Daí vem um termo bem tradicional chamado supervisão – um olhar mais intenso, ampliado, detalhista de todos os fatos.

A mesma conduta se aplica aos líderes de equipes. Não há como gerenciar baseado em suposições ou apostas. Profissionais que têm a singular habilidade de monitorar todos os processos e procedimentos sob sua responsabilidade, são chamados de follow uppers. Para eles não existe esquecimento, relaxamento, confiança cega. Estão atentos e ligados em tudo. Afinal de contas, responsável é aquele que responde, não é mesmo?

Para se tornar um follow upper, é necessário ter um registro de tudo que está acontecendo dentro e fora das fronteiras de seu campo de visão e que tenham relação com seus resultados. Para isso, vale usar planilhas, softs de gestão de projetos, cadernos ou qualquer outro recurso que armazene de forma eficiente a informação. Não recomendo usar a sua memória – afinal de contas, ela de vez em quando falha e acabamos “esquecendo” compromissos e datas importantes.

Além dos registros, é preciso ter habilidade de cobrar. Os grandes follow uppers são implacáveis em requerer o cumprimento dos compromissos, mas cuidadosos para não deteriorar relacionamentos. Não se consideram centralizadores, mas procuram deixar claro que estarão acompanhando de perto a operacionalização de tudo. Para o executor, a certeza que fica é que o responsável está no controle, por isso, não há como relaxar, procrastinar ou mesmo enganá-lo com desculpas vazias.

Que tal deixar de ser expectador e virar follow upper? Lembre-se que o mundo corporativo valoriza e reserva boas oportunidades para os que se sentem “donos” do que fazem e não abrem mão de garantir a concretização daquilo que foi planejado.

Flávio Emílio Cavalcanti

Flávio Emílio Cavalcanti é professor universitário, consultor organizacional, administrador e mestre em Gestão de Recursos Humanos.

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