O seguinte texto, que visa a medir o grau de sadismo de uma pessoa através de um teste de 9 perguntas, foi publicado no site Business Insider. Caso seja fluente em inglês e deseje ler o texto original, ele se encontra aqui.
A ciência não pode afirmar se as pessoas em sua vida são boas ou más em si, mas está se aprimorando em descobrir se elas têm prazer em te ferir.
Um campo relativamente novo na pesquisa de personalidade estuda traços “misantrópicos”: características que levam as pessoas a prejudicar aqueles ao seu redor em benefício próprio. E os psicólogos estabeleceram uma “tríade sombria” de traços de personalidade prejudiciais: narcisismo, psicopatia e maquiavelismo (a tendência de manipular os outros).
Qualquer um desses traços torna uma pessoa estressante para os que estão à sua volta e, juntos, eles resultam em uma estratégia “antagônica e egoísta” para se sobressair à custa dos outros.
Agora, certos pesquisadores sugerem que um quarto traço deve se juntar à tríade: o sadismo, ou prazer em infligir dor nos outros.
“Sadismo” é um termo com uma longa história. Os sádicos têm prazer em ferir outras pessoas. Eles são nossos vilões mais temidos e malévolos — sejam reais ou imaginados, como Ramsay Bolton dee Game of Thrones.
Mas a ideia de sadismo é relativamente nova em contextos clínicos. Isso ocorre em parte porque todo o estudo da personalidade, e especificamente dos traços de personalidade “sombrios”, é recente e pouco desenvolvido. Mas também porque traços como o sadismo, juntamente com o resto da tríade sombria, são difíceis de distinguir com precisão clínica.
Mesmo trabalhos que apoiam a ideia do sadismo como parte de um “tetraedro sombrio” reconhecem que seus efeitos podem ser difíceis de distinguir dos três traços da tríade existente. No entanto, um crescente corpo de trabalho nos últimos anos mostrou que o sadismo se correlaciona especificamente e fortemente com comportamentos cruéis — por exemplo, bullying e cyberbullying.
Para desenvolver um teste rigoroso para sadismo, os pesquisadores montaram uma lista de perguntas projetadas para atingir diretamente o cerne de uma personalidade sádica.
A primeira versão tinha 20 perguntas. Os sujeitos foram solicitados a dizer o quanto concordavam ou discordavam de uma lista de afirmações (bastante perturbadoras), usando uma escala de um a cinco. (Um significava discordar completamente e cinco concordar completamente.)
Quando 199 estudantes universitários fizeram o teste, os resultados foram promissores, mas inconclusivos.
O teste, descobriram os pesquisadores, foi bom em medir o sadismo e os traços da tríade sombria, e sugeriu que havia padrões específicos e interpretáveis nas personalidades misantrópicas das pessoas. No entanto, ele não fez tão bom trabalho quanto esperavam em identificar o sadismo separadamente da psicopatia e do resto da tríade sombria.
Então, eles eliminaram perguntas que poderiam ter causado muita sobreposição e tentaram novamente com uma versão do teste com nove perguntas:
Desta vez, quando 202 estudantes fizeram o teste, os resultados foram mais fortes. Ainda se correlacionou com outros traços da tríade sombria, como a psicopatia, conforme esperado, mas fez um trabalho melhor ao mostrar que o sadismo é uma categoria separada. Em ambos os testes, os homens pontuaram muito mais alto do que as mulheres para os traços negativos. Esses resultados foram publicados na revista Personality and Individual Differences.
Os pesquisadores observam que ainda há muito trabalho a ser feito sobre o que estão chamando de Avaliação da Personalidade Sádica (ASP), incluindo encontrar sujeitos que não sejam estudantes universitários fazendo questionários em troca de crédito no curso (o que não é a amostra mais diversa ou representativa), mas esperam que desempenhe um papel significativo à medida que passam a entender o sadismo em termos clínicos.
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