Você provavelmente já tentou fazer malabarismo com os limões que sempre sobram na fruteira. É muito provável também que, após as tentativas, as frutas foram direto para o lixo por conta do estrago feito pelas quedas recorrentes.
Se uma simples manobra de malabares exige alta dose de coordenação e concentração, imagine realizá-la simultaneamente a uma corrida.
Joggling é uma modalidade esportiva inusitada: a mistura de juggling (malabarismo) com jogging (corrida em ritmo moderado). Ou seja, o atleta (talvez artista?) equilibra objetos enquanto corre. Isso pode parecer somente uma simples união de atividades, mas não é – o joggling tem até competição internacional. Quem promove o evento é a International Juggler’s Association (Associação Internacional de Malabarismo). Há mais de três décadas a entidade realiza um festival onde uma das atividades é justamente o joggling.
O esporte tem duas regras básicas: trotar fazendo malabarismo com no mínimo três objetos e voltar ao ponto em que o equipamento caiu, caso isso aconteça. Sabendo que a pessoa deve equilibrar as bolas (ou seja lá o que for) enquanto corre, pode até soar irônico dizer “caso isso aconteça”. Mas saiba que há aqueles que conseguem a façanha.
O psiquiatra americano Jack Hirschowitz, de 67 anos, disse ao The New York Times que numa maratona (42km) ele deixa as bolas caírem em média – babem – quatro vezes. Se essa é a média, acredito que podemos deduzir com segurança que ele, alguma vez na vida, já realizou todo o percurso de forma impecável, não?
Então, para garantir, vamos citar o malabarista Albert Lucas, que em 1987 entrou para o Guinness ao concluir uma maratona sem deixar os equipamentos chegarem ao chão. Foi ele, aliás, que co-fundou a International Sport Juggling Federation (Federação Internacional de Malabarismo Esportivo), porque o malabarismo não está unido ao esporte somente pelos laços da corrida. Lucas, por exemplo, é mais conhecido por equilibrar os objetos enquanto patina sobre o gelo.
Como exatamente nasceu o joggling é um mistério. Hirschowitz já praticava o esporte no começo da década de 90 antes de saber da existência dele. Ficou surpreso quando tomou consciência de que não era o único que jogava bolas para cima enquanto trotava. Assim que ele soube que havia outras pessoas fazendo a mesma coisa, procurou se enturmar. Passou então a se inscrever nos festivais da IJA e diz que sempre sai com uma medalha de ouro das competições.
Como é algo simples e prático – basta que tenhamos três objetos leves e de fácil manipulação em mãos – não custa dar uma experimentada. Ainda não encontramos nenhuma associação de joggling ou coisa do tipo em São Paulo. Na verdade, nem no Brasil. Portanto, para praticar tem que ser por conta própria mesmo. Mas pela singularidade do esporte é possível que você atraia olhares curiosos e – porque não? – alguma companhia. Take a chance, hombre.
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