Metrossexual não é mais um conceito que assusta. Homens que se preocupam excessivamente com a aparência (apesar de não ter como definir exatamente o limiar do “normal”) não são mais raridades.
Tanto é assim que o mercado de comséticos tem investido muito no universo masculino. Há diversas marcas hoje que apostam exclusivamente nos homens – e não têm se arrependido disso.
E, então, eis que Mark Simpson, o responsável por essa neologia em 1994, lançou um novo conceito ao mundo: spornosexual.
Essa nova palavra é uma união de “sport”, “porn”, e “sexual” e ainda não tem tradução para nossa língua.
Mas o que caracteriza o spornosexual?
Na verdade, apesar da palavra complexa e de sonoridade alarmante, o novo conceito retrata algo que está presente em nossa sociedade há um bom tempo e que não temos nenhuma dificuldade em reconhecer.
O spornosexual é o novo metrosexual – os dois se preocupam com a aparência, mas com algumas diferenças fundamentais.
O foco do spornosexual não são produtos de beleza, roupas, acessórios de vestuário, estilo do cabelo, sobrancelhas e etc., mas o corpo. Eis o porquê do “esporte” na palavra. De acordo com Simpson: “Seus próprios corpos (mais do que roupas e produtos) se tornaram o acessório mais importante e eles os moldam nas academias ao formato do produto perfeito – aquele que eles compartilham num mercado online”.
Deu para sacar?
Além disso, essa nova onda acrescentou o termo “sexual” no metrosexualismo.
Pois é, o “sexualismo” dentro do conceito antigo não é de “sexual”, mas de “heterosexual” (metropolitano + heterosexual = metrosexual). Ou seja, existe um apelo sexual no spornosexual que não existia no metrosexual.
Ele quer ser desejado pelo seu corpo viril e não pelas suas roupas ou acessórios. Por isso, não basta malhar na academia: é preciso expor os resultados sempre que possível. Não basta bater uma bola: ele tem que tirar a camisa e mostrar os músculos após o gol (sim, isso é uma direta).
Como eu falei, nenhuma novidade. A palavra veio apenas conceituar um comportamento social que realmente tem estado presente na sociedade cada vez com mais intensidade.
Simpson disse que as revistas cultivaram o crescimento da metrosexualidade e hoje as mídias sociais, as selfies e a pornografia (daí o “pornô” no termo) são os maiores responsáveis para o desenvolvimento da spornosexualidade.
“Eles querem ser desejados pelos seus corpos, não pelos seus guarda-roupas. E certamente não pela suas ideias”, finaliza Mark.